Neste 13 de dezembro é comemorado o Dia do Cego no Brasil.
O Dia Nacional do Cego foi criado pelo então Presidente da República Jânio da Silva Quadros através do Decreto nº 51.405/61 – publicado no Diário Oficial da União em 26 de julho de 1961.
Esta data foi criada em decorrência da necessidade de incentivar o princípio de solidariedade humana, mundialmente estabelecido no princípio da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que preserva o Direito fundamental de igualdade e soledariedade entre todos dentro da mesma sociedade, sem discriminação e distinção a qualquer nível.
A Associação dos Cegos do Piaui – Acep, vai comemorar a data com atividades previstas para iniciar às 09 horas da manhã com celebração de missa, apresentações artísticas, sorteio de brindes e almoço de confraternização dos cegos, familiares e convidados.
O presidente da Acep, professor Janilton Marques, agradece a proteção do Estado através das políticas públicas que acabou com a figura do “ceguinho com a cuia na mão pedindo esmolas. Hoje enfrentamos outros desafios como a questão do preconceito, o acesso ao mercado de trabalho e a mobilidade urbana já que temos buracos não ruas, falta de rampas e carros sobre as calçadas” diz Janilton.
A deficiência visual é a perda ou redução da capacidade visual em ambos os olhos, com carácter definitivo, não sendo susceptível de ser melhorada ou corrigida com o uso de lentes e/ou tratamento clínico ou cirúrgico.
De entre os deficientes visuais, podemos ainda distinguir os portadores de cegueira e os de baixa visão. Esta última varia com diversos factores, nomeadamente: fusão, visão cromática, adaptação ao claro e escuro, sensibilidades aos contrastes, etc.
Tanto a cegueira total como a baixa visão podem afectar a pessoa em qualquer idade, independentemente do sexo, religião, etnia, raça, educação, cultura, saúde e posição social. Quando um bebé nasce sem visão é devido a causas hereditárias. Por sua vez, a cegueira nas crianças é de origem infecciosa congénita, como por exemplo a rubéola e a toxoplasmose. Nos adultos, pode ser causa de doenças como retinopatia diabética, glaucoma e degeneração muscular senil.
A pessoa portadora de deficiência visual poderá apresentar os seguintes sinais ou sintomas:
- Olhos opacos e com pouco brilho;
- Lacrimejo excessivo e irritação;
- Foto fobia intensa (reacção à luz);
- Córnea muito pequena ou excessivamente grande em relação ao globo ocular;
- Olhos que não acompanham o movimento de objectos;
- Apresenta reflexos brilhantes e luminosos a um foco de luz directo no olho;
- Pálpebras inchadas, os olhos sempre avermelhados;
- Tonturas, náuseas e dor de cabeça;
- Aperta, esfrega os olhos e franze a testa;
- Fecha ou cobre um dos olhos e aproxima a cabeça do objecto que deseja ver;
- Fadiga ao esforço visual;
- Visão dupla e embaçada.
Os deficientes visuais apresentam algumas dificuldades na nossa sociedade. Existem diversos processos de orientação e movimentação, tais como guias normovisuais, bengalas, cães guias, entre outros. Os indivíduos portadores de deficiências visuais têm um meio de escrita e leitura próprio, o sistema Braille.
O que é o Braille?
O Braille é um processo de escrita em relevo para leitura táctil, inventado por Luís Braille (1809-1852). Compõe-se de 63 sinais formados por pontos, a partir dum conjunto material idêntico a uma peça de dominó.
Como escrever e ler em Braille?
O braille escreve-se com pautas e punções, e também em máquinas dactilográficas especiais.
A escrita pode ainda obter-se por meio de impressoras braille ligadas a computadores assistidos por software apropriado, a partir da digitação do texto ou do seu reconhecimento óptico.
Lê-se em folhas de papel escritas à mão, dactilografadas ou impressas, e em linhas braille incorporadas em terminais de computador.
Patologias que conduzem à baixa visão
Atrofia do Nervo Óptico:
• Degenerescência das fibras do nervo óptico. Se for total, não há percepção luminosa.
Alta miopia:
• Baseia-se num defeito de refracção elevado (> a 6 dioptrias), que frequentemente é hereditário, associado a outros aspectos degenerativos. O risco do deslocamento da retina é elevado, nesse caso, devem ser tomadas precauções necessárias.
Cataratas Congénitas:
• Perda de transparência do cristalino, originando perturbações na diminuição da acuidade visual. A visão periférica também está normalmente afectada, daí existir uma grande dependência na funcionalidade e na autonomia.
Degeneração macular:
• Situa-se, na zona central da retina, mácula, e constitui uma das causas mais frequentes de dependência visual ligada à idade. Outras patologias surgem em escalões etários mais jovens (ex.: queimadura da mácula – eclipse solar). A visão periférica não sofre alterações pelo que não há problemas na mobilidade. A visão central é afectada por escotomas que podem progredir.
Glaucoma:
• É uma patologia do olho em que a pressão intra-ocular é elevada por produção excessiva ou deficiência na drenagem do humor aquoso.
• O glaucoma agudo é mais raro, doloroso e normalmente implica intervenção cirúrgica no seu tratamento.
Outras Retinopatias
• Degenerescência da retina que poder ser hereditária ou não. Envolve perda de visão e consequentes problemas na mobilidade, ficando a pessoa com visão tubular.
Síndroma USHER
• Associa a retinopatia pigmentar à patologia auditiva, afectando simultaneamente a visão e a audição.
Doença de Stargardt
• Consiste em diversos escotomas do centro para a periferia da retina, mantendo-se quase sempre um ilhéu central de visão.