O deputado federal Júlio César (PSD) conseguiu aprovar integralmente uma emenda de R$ 500 milhões no PPA (Plano Plurianual) para que seja construído um novo aeroporto em Teresina. Segundo o deputado, a verba foi destinada a partir de vários estudos que demonstraram que cabem dois aeroportos na cidade, observando a demanda de passageiros por ano. O levantamento revelou que no ano o movimento no aeroporto de Teresina cresceu 43%, e chegou a cerca de 1 milhão de passageiros. A tendência é que em dois anos esse número possa chegar a 4 milhões.
Júlio César considera que o valor incluído no PPA pode ser inferior ao necessário para custear as obras, mas a intenção é abrir uma “janela orçamentária” para que a lei do Orçamento possa destinar recursos suficientes nos próximos anos.
Para o COMAR (Comando Aéreo Regional), a localização do Aeroporto Petrônio Portela, praticamente no centro da cidade, limita o processo de verticalização, e a construção de novos edifícios na capital. Uma resolução passou a limitar a 45 metros – o equivalente a 11 andares – a altura máxima das construções em um raio de cinco quilômetros do aeroporto. A decisão afeta diretamente os novos edifícios em toda a região central e zona Norte, e na maior parte das zonas Sul e Leste de Teresina. Não ameaça os prédios já edificados, mas serão atingidos praticamente todos os novos projetos de edifícios em toda a cidade.
Para o engenheiro civil Anchieta Araújo, membro da Comissão em Defesa dos Desapropriados do Entorno do Aeroporto, Teresina tem que pensar alto: “A sociedade não tem o aeroporto que merece para que a cidade possa crescer e receber novos turistas. Um aeroporto maior dará visibilidade à cidade e a tornará apta para eventos, inclusive para os regionais, nacionais e internacionais que acontecerão nos próximos anos”.
Anchieta explica que Teresina sofre por ter seu crescimento impedido. “O aeroporto atrapalha o crescimento vertical da cidade e a população tem que procurar novos lugares e áreas virgens. Isto implica em maiores gastos públicos para dotar esses novos espaços de infraestrutura básica. Outras áreas, que já possuem estrutura, dispensam estes ônus para o estado”. Outro problema também é a especulação imobiliária que é criada por diminuírem os locais disponíveis para construção.
O engenheiro ressalta o trabalho que a comissão vem desenvolvendo na busca por melhores soluções para a sociedade, através de constantes discussões, inclusive em audiências públicas, sobre as desapropriações e criação de um novo aeroporto.
