Um vôo econômico para o Petrônio Portela

Solimar Oliveira Lima

Não basta produzir se o objetivo é vender. A economia demanda um conjunto de condições capaz de encurtar as distâncias entre empresários e mercado consumidor, uma delas é a eficiente malha de distribuição de mercadorias. Sucateados os transportes de cabotagem e férreo, o Piauí depara-se com o sério comprometimento das rodovias e do tráfego aéreo. Como a função social da malha é vincular, percebe-se o quão frágil é nossa inserção no contexto nacional e internacional das relações capitalistas. Pela ausência de infraestrutura, permanecemos à margem da dinâmica da comunicação para além dos bens e serviços.

Falta decisão política, planejamento e racionalidade dos investimentos públicos no Piauí. Exemplos são o porto do litoral – uma história à parte – e o aeroporto da capital. Para este, projeta-se uma reforma e ampliação, contrariando estudos de impactos ambientais e econômicos, e a vontade popular, em especial dos moradores da área. A obra mostra-se inviável frente aos elevados danos e custos e, no médio prazo, sem sustentabilidade. É preciso agora investir no futuro; Teresina já necessita de um novo aeroporto fora do perímetro urbano com maior capacidade de atendimento.
A manutenção do atual aeroporto e de sua proposta de reestruturação tal qual se apresenta demonstra um caratér da política pública da União para o Piauí que, além de autoritária, fere os princípios constitucionais da administração pública. Políticas públicas contemporâneas exigem a participação da sociedade. É preciso coletivamente refletir, debater e decidir a favor do patrimonio público e do bem comum.

 
 
 

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